Resenha do filme O Jornal

O filme O jornal de Ron Howard fala de um jornalista que trabalha como editor no jornal sensacionalista New York Sun.
O filme detalha de uma forma simples o dia a dia de Henry Hackett, no momento em que sua mulher, Martha está nos últimos dias de sua gravidez, e ele acabou de receber uma ótima proposta de emprego do editor-chefe do cotado jornal New York Sentinel, e além das dúvidas e a divisão de sua vida entre profissional e familiar, Henry ainda precisa suportar a pressão de seus chefes-diretores Alicia Clarck e Bernie White, por causa de uma matéria que Henry foi encarregado de fazer sobre um assassinato que pode ter sido, ou não, cometido por dois adolescentes negros.
O Jornal aborda claramente conflitos éticos e a importância da profissão do jornalismo para a vasta população de leitores.
O texto “Sobre ética e imprensa” de Eugênio Bucci pode ser comparado ao filme em relação a estes conflitos éticos.
Bucci em seu texto cita alguns pecados que não deve ser cometido na profissão de jornalista e em alguns desses pecados foram escritos foram escritos por Paul Johnson, historiador, ensaísta e jornalista; e também por Marcelo Leite.
O ultimo pode ser destacado em relação ao segundo pecado, Vazamentismo, que fala sobre denúncias que chegam aos jornais “sem origem declarada” e são publicadas sem ao menos haver uma verificação sobre o assunto, no caso de ser verdade ou mentira. No filme há um momento em que a chefe-diretora de Henry acredita que os dois negros acusados de assassinato cometeram o crime e decide publicar a notícia como verdade sem ao menos ter certeza.
Outra cena do filme que pode ser relacionada com o texto é o momento em que Henry tem como fonte um policial, mas esta é uma fonte sigilosa e Henry segue a regra jornalística de Offismo e não revela sua fonte. Em relação aos sete pecados capitais de Johnson, podemos citar o primeiro que fala de “distorção, deliberada ou inadvertida e pode ser colocada ao lado do Vazamentismo de Leite. No texto diz que esse tipo de pecado é muito grave pois não há outro veículo de tamanho público para esclarecer uma mentira, assim como os veículos de comunicação, por isso deve-se saber com total certeza todos os lados de uma denúncia ou um fato a ser publicado, assim como fez, erroneamente, Alicia Clarck no filme.
Há uma cena também em que o protagonista vai fazer uma entrevista de emprego e se aproveita da situação quando o diretor-chefe do Sentinel se distrai, e de uma forma claramente antiética, ele olha o que o concorrente do New York Sun escreveu e irá publicar sobre o assassinato que no qual ele está responsável de cobrir.
O quarto pecado de Johnson trata de assassinato de reputação e é exatamente o que poderia acontecer a Henry se outras pessoas soubessem do que ele fez, ele se aproveitou de uma situação para se sair melhor na matéria do que o jornal concorrente.
O filme fala muito também do tema emprego/família, pois Henry não consegue conciliar sua família com o emprego, ele se dedica exclusivamente e quase exageradamente á profissão que exerce, causando assim descontentamento por parte familiar.
O Jornal aborda temas como a força do veículo de comunicação, que é o jornal, em relação á vida das pessoas, como exemplo tem o caso dos negros acusados de assassinato, Henry no filme tem razões para acreditar que eles não são culpados e faz de tudo para tentar provar isso, pois eles seriam mau vistos pela sociedade e também iria causar influência em seu julgamento. Essa forma de Henry querer e conseguir publicar uma verdade são um grande exemplo de ética na profissão.
Além do que já foi destacado há muitos pecados e mandamento que há no texto de Bucci e se relaciona perfeitamente com o filme, mostrando as cenas éticas e antiéticas que ocorrem numa profissão como a de jornalista, é um filme o qual mostra exatamente e de forma séria e ao mesmo tempo exagerada, como ser um grande profissional e o que fazer ou não dentro para manter uma boa “aparência” em um lugar onde há concorrência até dentro do mesmo veículo.

Caroline Aquilino Medina